Há tantos lugares que pedem re.começo. Lugares aí dentro que remexem as estruturas do SER e pedem um basta, um “reset”.
É como se ficasse tudo pequeno demais para caber a alma em certos espaços. É como se o que se sente fosse sufocado ou estivesse se atribuindo valor demais a insignificâncias, esquecendo do que realmente te mantém vibrante.
Não é fácil re.começar - de novo e de novo - afinal já deu para entender que a vida se trata disso. Emergir a alma é como parir uma parte não revelada a ninguém. De repente isso se encontra ali exposto - para todo mundo ver.
Mas é assim que se vive por inteiro - colocar a alma no mundo é se parir. E é nesse movimento de re.começos que nasce uma nova você. Não é porque você deixou de ser você na essência, você sabe - é que a roupagem é outra.
Novos sonhos surgiram, uma nova consciência expandiu - aquilo que antes não se tocava - pois não se conhecia. Há tempos você esperou por isso. Há tempos pede por algo novo. A questão é que só uma nova pessoa e uma nova roupagem sustentam o novo.
A velha identidade passa por um processo de morte. De repente tudo ficou para trás, e a despedida precisou ou precisará ser feita - caso você almeje uma vida com novas experiências.
Não é que você não é a mesma, você não se vê a mesma. Por fora é superficial demais para enxergar que a alma despertou para viver a si mesma.
É esse o re.começo. É assim que se faz um novo tempo. A partir de dentro, a partir de uma despedida visceral, profunda e intensa de si mesma.
Pois não se volta no tempo, e também não se deve ficar presa em memórias que foram guardadas como fotografias não reveladas ou até mesmo as que foram tão reveladas que marcaram a vida para sempre, lembrando que o re.começo pede para o que se viveu um dia seja deixado no tempo.
O devido lugar das coisas deveria ser aprendido (mas ninguém aprendeu), por isso se carrega tudo isso como identificação de uma parte que já morreu no tempo. Sim - a cada tempo - eu diria a cada dia que se foi, não somos mais as mesmas. Os ciclos apenas marcam blocos que contam histórias e trazem como fechamento a desidentificação da parte da identidade que ligava aquele evento.
Desidentificar é o processo para se tornar lúcida de si a cada re.começo.
Se você quer saber o que é um portal, entenda que são partes suas acessadas, que são abertas, escancaradas e que não voltam a lugares anteriores, pois ao avançar não se volta ao “status quo”. Ainda bem né? Senão não se nasceria para a vida, não se cresceria e se desenvolveria, apesar de que, tem gente que nunca largou esse ponto por medo de re.começos.
Mas não precisa ser para sempre assim tá lindeza? Basta decidir e dar a sua permissão, agora mesmo - do seu “eu de agora” pois o seu “eu do passado” não está mais aí, a não ser por memórias e fotografias.
Uma hora será preciso a despedida, pois todo re.começo parte de uma despedida. Qual vai ser a sua para abrir mais um portal?
Nos honro,
Fabi